Viva Chimú!

Uma grande cultura que os incas combateram e dominaram

PENSOU EM PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE no Peru, pensou em Machu Picchu, certo? Certíssimo. Mas e Chan Chan? Já ouviu falar? Pois então! Dos dez patrimônios da UNESCO nesse país vizinho, Chan Chan é um dos mais desconhecidos - e talvez um dos que mais precisem da atenção mundial para se preservar. Por isso, essa foi nossa escolha.

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Nosso continente é rico em patrimônios da humanidade, e por isso não foi fácil escolher apenas dois destinos. No final, acho que acertamos nas opções. E a primeira delas foi Chan Chan, no Peru, para onde vamos agora.

Dia 1

Trujillo é uma cidade curiosa, que em vários cantos lembra uma cidade do interior do Brasil. Não sei por que isso me surpreende tanto - afinal, não somos todos latino-americanos? Mesmo assim, Trujillo me traz lembranças de viagens que fiz, ainda garoto, pelo interior de Minas Gerais e Mato Grosso (sou do tempo em que só havia um estado com esse nome...): casas baixas e simples, carros velhos, muros pintados com anúncios de lojas de tecidos e ofi- cinas mecânicas, crianças brincando sem camisa e sem supervisão de adultos. Um clima agradável e ligeiramente nostálgico. [...]

Já era fim de tarde (saí cedo do Brasil, mas a conexão em Lima foi demo- radíssima), mas resolvi pelo menos dar uma olhada rápida no patrimônio,levado pelo nosso motorista local-num carro que só merecia esse nome porque tinha quatro rodas, ja que o resto estava tão deteriorado que poderia passar por uma instalação de arte contemporánea.

Chan Chan fica às margens de Trujillo, e, mesmo com a luz ja baixa, me assustel com o tamanho do

que vi: eram muros e mais muros cor de barro, que me davam a sensação de uma enorme cidade sendo construida rapidamente aliás, era mais ou menos isso. Ameaçada, entre outras coisas pelos ventos e pela maresia (El niño é seu malor inimigo), o que restou dessa que era a maior cidade pré-colombiana da América Latina está passando por uma reconstrução. Aqui e all, via pequenos canteiros de obra, ja aban- donados, porque a jornada de trabalho tinha certamente terminado. Alguns grupos pequenos-turistas ou estudantes, não tenho certeza - ainda circulavam do lado de fora dos grandes muros. Fiquei tentado a entrar pelo menos por um deles, para ver o que escondiam, mas já era tarde. []

Está difícil dormir. Primeiro porque meu quarto é quentissimo e tem uma janela que dá para o pátio interno do hotela portaria fica ben embaixo dele, e de 15 sal um burburinho que é canalizado direta- mente para o meu ouvido esquerdo.

Depois, estou excitado demais para dormir. Um dos motivos, claro, é conhecer melhor Chan Chan, que vou explorar direitinho amanhã de manhã. Mas este é o começo da aventura - estou cheio de exрес- tativas, perguntas e até uma certa ansiedade para ver que cara vamos dar a este projeto. [..]

Tenho várias ideias na cabeça, mas quem disse que tive tempo de pensar em uma delas antes de sair do Brasil? Fiquel de "desenhar tudo no trajeto para că, mas estava tão exausto que dormi mais do que pretendia durante os voos. Ejá cheguei colhendo informações a granel nessa primeira escala. O que fazer com elas? Como passar tudo isso para quem vai acompanhar a série? Por que o sono não vem? Tenho de acordar antes das sete amanhã.....

Dia 2

Outro muro? Outra parte da cidade? Nossa, como isso aqui é grandel Malor ainda do que imaginel diante da amostra que tivemos ontem. Aliás, acho que nem vamos conhecer tudo. Os muros de Chan Chan se estendem literalmente a perder de vista. A parte que está sendo restaurada é bastante grande, mas representa apenas uma fração da potência que essa cidade um dia representou. Calcula-se que a área total era de 20 km2-um horizonte suficientemente distante para o olho humano se perder...(..) Um pequeno exército de operários e arqueólogos parece retocar constantemente as paredes - não só os

grandes muros, que guardam enormes e amplas praças abertas, mas também as cercas baixas de barro que cortam os antigos espaços urbanos num desenho de losangos que se estende por metros e metros.

Parece um trabalho Insano, devido à fragilidade do material com que trabalharn. Essas construções são basicamente de barro, e, considerando que são do século IX e que estão expostas ás correntes de vento que vêm do oceano Pacífico, é possível entender por que estão tão deterioradas.

Responda as questões sobre o texto lido:
a) quem relata a visita a Chan Chan?
b) o que relata o vivenciado
( ) pelo próprio narrador
( ) por outra pessoa
c) Copie um trecho do texto que justifique à questão anterior.
3) Com que finalidade e para quem este texto foi escrito?
4) Quanto tempo durou a visita relatada nesse trecho?

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